sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Relato onírico



Fazia um sol escaldante naquele lugar, este que eu nunca saberei onde é tampouco, se existe realmente. Certo é que eu estava sentada na calçada de uma avenida que muito me lembrava a Avenida Conde da Boa Vista, quer seja por ser sempre tão movimentada, quer seja por não reconhecer ninguém naquele mar de gente.
Na cabeça um tanto confusa, só tinha uma certeza: precisava arranjar um jeito de voltar pra minha casa, no entanto eu não havia me dado conta de que eu estava sem dinheiro e sem documentos. Porém, antes que eu me descabelasse com esses dissabores, surgem meu amigo Thalles e sua mãe, que estranham o fato de eu estar sozinha naquela cidade e perguntam o que eu fazia por lá. Eu desconverso e não respondo, muito por que nem eu mesma sabia por que cargas d’água eu fui parar ali. Eles – creio eu - ao perceberem minha situação de total desnorteio, me oferecem uma carona (parece que Deus havia ouvido meus anseios por voltar pra casa). Logo, aceito a carona, sem cerimônias.
Então andamos até um edifício-garagem, e o carro deles estava no último andar. Subimos as escadas que pareciam não ter fim, contudo o que mais me incomodava era o fato de que à medida que passávamos de um andar a outro, a luz solar que incidia no prédio diminuía, a ponto de no penúltimo andar, eu não enxergar mais nada. Deste momento em diante, eu não sei bem o que aconteceu, só lembro-me de ter caído ali mesmo.
Não sei quanto tempo havia transcorrido até que eu voltasse à minha consciência. Quando isto aconteceu, eu estava com um pano amarrado à cabeça,o qual me impedia de enxergar as coisas ao redor, no entanto havia uma inscrição no pano, que me fez forçar a vista, com o intuito de ler a mensagem um tanto sem nexo que dizia : “a verdade só existe, se você existe; mas, minha querida, quem disse que você existe, Quem?” Fiquei sem entender, e meio angustiada, sem saber ao certo o porquê. Tentei tirar o pano, e quando eu conseguia tirar aquilo da minha face, outros panos que estavam por baixo uns dos outros apareciam sucessivamente com a mesma inscrição. Então eu tentei gritar, quem sabe conseguir a ajuda de alguém, entretanto eu não conseguia gritar. Por fim, eu consegui... acordar.

Um comentário:

Uljota disse...

Parece que algumas das tuas questões filosóficas te sufocam querida.

beijos