sábado, 16 de outubro de 2010

Uma parte que não tinha

Não tem sol, nem solução
Não tem tempero no meu dia
Não faz mal se a tradição nos traduz outra alegria
Não ter pressa dá a impressão de que a tarde virou tédio
Não tem bala, belo, bola ou balão
Não tem bula meu remédio.

E não tem cura...
Acho que me perdi numa excursão
Que fiz na tua
Na tua certeza e na contradição
E não tem cura...
acho que me perdi numa excursão
que fiz na tua
Na tua palavra, no teu palavrão

Não tem sol, nem solução
Não tem tempero no meu dia
Não faz mal se a situação nos traduz outra alegria
Não ter festa dá a impressão
De que o mundo ficou sério
Não tem bala, belo, bola ou balão
Não tem bula meu remédio.

E não tem cura...
Acho que me perdi numa excursão
Que fiz pra lua
No meu universo o sol é solidão
E não tem cura...
Acho que me perdi numa excursão
Que fiz pra lua
No meu único verso o sol é solidão

Não tem mal, nem maldição
Não tem sereno no meu dia
Não tem sombra e assombração
Não tem disputa por folia
Tem bola de capotão,
Capitão capture essa menina
Tem saudade e saudação
Tem uma parte que não tinha...
Uma parte que não tinha...
Uma parte que não tinha...
(Fernando Anitelli - O Teatro Mágico)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Algum lugar

Igreja com escadarias, sino e cruz. Mendigo sentado em frente ao templo. Vaquinha esperando ser ordenhada pelo seu proprietário Na ausência de sol, só resta imaginar que é um dia ensolarado. Casa bem localizada com janelas a vontade e pé de jambo. Ao lado da árvore, uma menina lê "As Flores do Mal" do Baudelaire. Nesse meio tempo, no lugarejo pacato (e completamente mal feito quanto às proporções e tudo o mais) passa uma van. Mais uma segunda-feira que vai passando. 
[Da série: Coisas que eu faço enquanto tenho aula chata - desenho de 14/06/10.]