sexta-feira, 14 de maio de 2010

D. Lúcia



Eu queria falar sobre a minha mãe. Eis-me aqui. 
Tentando ficar longe de idealizações, posto que entre ela e eu há inúmeras divergências, posições distintas sobre tantas coisas, formas de ver a vida que, por vezes, consiste num abismo etário e ideológico. No entanto, a admiração, que tenho por ela, faz com que muitas vezes eu veja muito dela em mim, a ponto de eu dizer pra mim mesma ou até mesmo proferir a torto e a direito que "Eu sou muito minha mãe". Mas, ao comparar a história da minha mãe com a mães de pessoas amigas e conhecidas pode parecer até meio chato e pouco convincente, contudo, eu penso comigo mesma e concebo sua imagem atrelada a pensamentos de vanguarda e a atitudes bastante corajosas. Em outras palavras, utilizando de alguns lugares-comum, minha mãe é dessas que enfrenta as adversidades de cara limpa, carrega consigo uma idoneidade e honestidade singular, e a cada ano que passa, ao invés de se acomodar e esperar a morte chegar "como diria Raul Seixas", ela ergue a cabeça, embora a vida diga alguns nãos, e procura escrever seus próprios sim's em sua trajetória.
 Tenho por ela um afeto e um carinho enorme, embora a meu ver, os meus sentimentos pareçam menor do que o amor que ela me dedica, embora eu pense que mensurar sentimentos seja coisa para ingênuos que ainda não conseguem perceber que isso não se pode pesar numa balança tampouco racionalizar a ponto de perder a razão de ser. Devo estar incluída ainda no grupo dos ingênuos.
No mais, só poderia dizer que ela é fundamental para a formação do que eu sou.Além de disso, ela busca e almeja à realização não só na faculdade da maternidade, fato que  muito me alegra e me deixa um tanto orgulhosa, haja vista ela debruçar-se sobre os estudos em busca de conhecimento geral e auto-conhecimento, o que tem feito com muita presteza ao retornar aos estudos, cursando uma área do conhecimento que muito me apraz. O que, para mim, é reflexo e síntese de sua postura e de suas escolhas no decorrer de sua vida.
Por fim, não poderia deixar de dizer que a minha Mãe é corajosa, teimosa, inteligente, independente, sensível, chata, séria, amiga, sem-noção, linda, forte, guerreira e mais um sem-número de adjetivos.
Em suma, eu só queria que você soubesse que, mesmo isto sendo um clichê, você tem sido a melhor mãe que você pode ser e eu, certamente, sou e serei grata por tudo.
Te amo, mainha.
Tu és a minha linda, meu colo, meu amor todinho.

"Mainha tá com frio, tá com frio, tá com frio...
Érica quer domir, quer dormir, quer domir...
Estevão quer biscoito, quer biscoito, quer biscoito...
Canção de Painho, lembra?!"