quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Nublado



Em um dia chuvoso, uma menina azul caminhava através da Avenida Joaquim Nabuco. Ela sentia-se especialmente feliz embora não soubesse ao certo o que a tinha feito acordar tão bem, andava “meio encantada” e mostrava seu sorriso como estandarte aos transeuntes que ali passavam. Trazia consigo sua mochila roxa e imaginava-se como um caracol, que leva seu lar sob suas costas. Em suas mãos uma sombrinha, que ao sabor dos ventos, tornava-se pouco útil. E como companhia para aquela trajetória tinha uma profusão de devaneios.
- Eu sempre ando contra o vento. (Infelizmente!?)
(...)
Mas, Vento,
Eu gosto de você!
Um dia nublado também tem sua beleza. Talvez a menina veja além. Além das gradações de cinza na abóbada celeste.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O futuro, no outdoor, se anuncia luminoso


Dinheiro, bens e status social são alguns dos itens oferecidos nos vários outdoors luminosos espalhados pelo mundo. Tais outdoors, além de vender, fomentam sonhos e ilusões publicitárias de uma felicidade palpável e acessível por meio do poder aquisitivo.

Em contraste a esta ótica, sobretudo, materialista, têm-se os sentimentos, os conflitos e os anseios humanos que, por serem em sua essência espirituais e imateriais, dão característica de humanidade aos indivíduos. São questões, por conseguinte, que, muitas vezes, fogem da realidade tecnológico-mecanicista que nos é apresentada cotidianamente.

Numa tentativa de definição prática, a felicidade consiste no bem-estar e no contentamento humano, sendo, por isso, uma espécie de entidade criada pelo homem com o intuito de dar motivo a existência e a vida humana. Logo, o sentimento de ventura está atrelado às relações do indivíduo consigo mesmo e com os outros, e não com as coisas criadas por ele.

Entre estas criações estão os padrões socialmente aceitos de felicidade, os quais implicam certo alijamento dos indivíduos que, porventura, não agirem de acordo com estes parâmetros pré-estabelecidos. O que resulta numa pressão social que interfere no comportamento humano, haja vista o homem ser naturalmente político e sociável, como bem disse o teólogo Tomás de Aquino; surgindo daí a necessidade de interação e associação para assegurar a satisfação de suas necessidades físicas e metafísicas.