"- [...] Sinto sêde, Govinda e no curso da longa caminhada
que fiz junto com os samanas, a minha sêde não diminuiu
em absoluto. Sempre almejei o conhecimento; sempre abriguei
em mim grande número de perguntas. Consultei os brâmanes, ano por ano,
e consultei os sagrados vedas, ano por ano, e consultei os piedosos
samanas, ano por ano. Talvez, ó Govinda, fôsse igualmente oportuno,
sensato e proveitoso interrogar uma ave ou um chimpanzé. Gastei muito
tempo e ainda não cheguei ao fim, para apenas aprender isto: que não se
pode aprender nada! Acho eu que a tal coisa que chamamos "aprender" de fato
não existe. Existe, sim, meu amigo, uma única sabedoria, que se acha em tôda
a parte. É o Átman, que está em mim e em ti e em qualquer criatura. E por isso
começo a crer que o pior inimigo dessa sabedoria é a sêde de saber, é a aprendizagem. [...]"
que fiz junto com os samanas, a minha sêde não diminuiu
em absoluto. Sempre almejei o conhecimento; sempre abriguei
em mim grande número de perguntas. Consultei os brâmanes, ano por ano,
e consultei os sagrados vedas, ano por ano, e consultei os piedosos
samanas, ano por ano. Talvez, ó Govinda, fôsse igualmente oportuno,
sensato e proveitoso interrogar uma ave ou um chimpanzé. Gastei muito
tempo e ainda não cheguei ao fim, para apenas aprender isto: que não se
pode aprender nada! Acho eu que a tal coisa que chamamos "aprender" de fato
não existe. Existe, sim, meu amigo, uma única sabedoria, que se acha em tôda
a parte. É o Átman, que está em mim e em ti e em qualquer criatura. E por isso
começo a crer que o pior inimigo dessa sabedoria é a sêde de saber, é a aprendizagem. [...]"
Sidarta, do Hermann Hesse, pág 18.