Hoje faz um mês do dia em que trocamos nossas últimas palavras. Uma mordida e, logo em seguida, um breve afago, desses de quem se vai pra não mais voltar. Por fim, qualquer palavra áspera o suficiente para demonstrar todo o amargo que fica retido na garganta nos momentos finais.
Despidos de tudo que possa ser usado como escudo, ela me observa mais uma vez, mas me olha como se fora a primeira e a última, tal qual os completos desconhecidos procedem, ou mesmo os transeuntes sob seus guarda-chuvas, talvez os invisíveis em seus mundos particulares ao se esbarrarem também façam o mesmo. E fazem-no tão bem.
Mas bem já não me faz.